ENCERRANDO (POR ENQUANTO) O LIVRO GAME OF THRONES
Chego, então, ao quinto livro da série Game of thrones. Primeiro ponto: sem cansaço algum, pois o Sr. George R. R. Martin tem a prodigiosa qualidade de entreter e excitar os leitores com as várias nuances de cada um dos milhares de personagens. Segundo ponto: tenho medo de dizer em voz alta meu personagem favorito, pois nosso querido autor não poupa NINGUÉM. Mas, tudo bem, valar morghulis. Posso dizer que tanto tempo convivendo com Jon Snow e companhia me tornou quase íntimo deste mundo de Westeros e Cidades Livres. E não posso deixar de pensar que alguém, desconhecedor do que é a série Crônicas de Gelo e Fogo, tente lançar comparações entre esta obra magistral e as séries que vemos por ai (Crepúsculo, Jogos Vorazes, 50 Tons de Cinza... e mais uma torrente de porcarias sem qualidade, amplamente consumidas pelo mundo). Só posso imaginar George Martin com um quadro gigantesco recheado de post-its (como só o Questão poderia ter) com nomes e ligações parentais de todos os personagens da história. Enfim, foi um grande prazer a imersão neste universo vasto e cheio de paixões.
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GUERRA DOS TRONOS - A FÚRIA DOS REIS
Este texto contém spoilers!!!
Já havia iniciado minha análise desta grandiosa obra de George R. R. Martin em um outro post, mas, atualmente, me encontro um pouco mais informado das histórias de Westeros. Terminado o primeiro livro - A Guerra dos Tronos - aventuro-me agora em A Fúria dos Reis, e o que encontro em suas páginas aumenta meu interesse nestes livros e neste mundo.
Há a inserção de novos personagens, como Sor Davos Seaworth (que ao contar como conseguiu ascender à nobreza me tornou um fã do personagem), Stannis Baratheon (um dos reis que repartiram os Sete Reinos, e o cara mais frio e sem sentimentos que já se teve notícia em Westeros ou em qualquer outro mundo da literatura), Melisandre (a sacerdotisa vermelha)... sim, e a elevação de Theon Greyjoy para personagem título de capítulo.
Como já iniciei falando: após a morte de Robert Baratheon (rei até então de Westeros - uma centena de pessoas desejando e tramando a morte do cara e ele vai caçar javalis... bêbado) e com a possível ausência de herdeiros (já que a vadia da rainha, Cersei Lannister, teve filhos do próprio irmão/amante), pela suspeita de que os reais herdeiros não seriam filho do falecido rei inicia-se uma disputa em que muitos cobiçam o afamado TRONO DE FERRO.
Jeofrey Baratheon ( que na verdade é filho do tio... eu sei, eu sei... como isso é possível?) denomina-se Rei do Trono de Ferro por herança; Stannis Baratheon (irmão de Robert) questiona sua linhagem e se proclama Rei de Pedra do Dragão (na verdade, ele quer ser rei de todos os reinos, por linhagem, já que o irmão não teve filhos de fato); Renly Baratheon denomina-se Rei em Jardim de Cima (não sei baseado em que, pois é o irmão mais novo dos Baratheon)... Além disso, devido ao assassinato do pai - Ned Stark (o personagem mais Homem dos livros) - o filho, Robb Stark, lidera uma luta contra os Lannister (que representam agora Jeofrey Baratheon) e se proclama Rei do Norte.
Somando-se a tantos reis, vem Daenerys Targaryen (última da linhagem dos reis-dragão e kaleesi dos dothraks) que faz nascer 3 dragões e aumenta seu poder nas Cidades Livres, longe dos Sete Reinos. Isto é a GUERRA DOS TRONOS, com uma trama de crescente atração aos leitores, sem se apegar a nenhum personagem, mostrando com dureza que os desejos humanos podem gerar crueldade extrema.
"Quando se joga o jogo dos tronos ou se ganha... ou se morre..."
Cersei Lannister
O HOBBIT
Sempre fui fã de grandes aventuras: o primeiro livro que tenho lembrança de ter lido foi "Os Filhos do Capitão Grant", de Júlio Verne. E a partir daí, toda a obra de Verne se tornou meu alvo, e depois, foram os fantásticos personagens de outros escritores que me seduziram: Dr. Jekyll, Mr. Hyde, Drácula, Frankenstein, Edmond Dantes, Allan Quatermain, Long John Silver, Heathcliff... Para mim, aventuras são as grandes maravilhas da prosa.
O hobbit em questão, Bilbo, nos fornece isso: para um hobbit, sair do Condado e se aventurar é algo além de sua realidade costumaz. "É perigoso sair porta a fora [...]. Você pisa na estrada, e, se não controlar seus pés, não há como saber até onde você pode ser levado". Depois de ler essas palavras, senti por não ter descoberto Tolkien aos 10 anos de idade, quando dispunha de mais tempo livre para por os pés nestas Estradas, e de uma mente menos corroída por sistemas de ensino cancerosos. Contudo, aqui estou eu aos 26 e meio, e Bilbo me diz: "As aventuras nunca acabam? Acho que não. Outra pessoa sempre tem de continuar a história".
Por favor, levem a sério quando digo que uma das escapatórias para o grandioso clichê que as opiniões alheias e o mundo se tornaram é a leitura de uma aventura fantástica como a de Bilbo. O pequenino e sagaz hobbit, juntamente com o mago Gandalf e outros tantos anões (cuja lembrança dos nomes se tornou o desafio desta leitura) se destinam ao antigo reino dos anões, agora dominado pelo terrível dragão Smaug, usurpador dos tesouros do reino. Em sua busca por vingança (ou justiça) tal grupo atravessa a Terra Média, desvenda alguns de seus mistérios e enfrenta os desafios que se apresentam na jornada. E, em um destes momentos, quando um insignificante anel aparece e Bilbo o toma para si, abrem-se as portas para mais uma grandiosa aventura.
Olhando para o livro um das Crônicas de Gelo e Fogo neste momento, percebo como fui negligente para com ele. Este que está em minha posse pertence a um grande amigo (e fiel debatedor sobre obras literárias, séries, cinema e qualquer coisa em que estejam envolvidas histórias fantásticas), mas após uma leitura devorativa das primeiras trinta páginas garanto-lhes que estou bem próximo de obter os meus cinco volumes. Eram trinta páginas quando decidi que deveria ter estes livros, agora já sou sabedor de muitos dos segredos sobre as famílias que regem os destinos dos Sete Reinos, assim como da capacidade ficcional de George R. R. Martin.
É uma aventura prodigiosa: a maneira como o narrador (onisciente) mistura sua própria visão e narrativa com o ponto de vista do personagem título do capítulo; a polivalência de caráter que os personagens podem ter, deixando-nos surpresos com atitudes que demonstrem sua humanidade (positiva ou negativamente); a história de cada família, seus lemas e sua afinação com a geografia de seus territórios...
A luta pelo trono de ferro situa-se no centro dos conflitos de interesses, mas a todo momento a ameaça do inverno que se aproxima nos é lembrada, principalmente, pela família Stark. O inverno traz consigo o temor de algo que se encontra além dos Sete Reinos, e além da gigantesca muralha guarnecida pela Patrulha da Noite.
Devo salientar que acompanho a série da HBO, e ela é incrível, mas, o prazer que o livro proporciona, em minha opinião, é superior. Assim como acontece com a trilogia O Senhor dos Anéis, são os detalhes e pequenas tramas, deixados de fora do roteiro dos filmes, e da série (no caso de Game of Thrones) que tornam os livros tão atraentes.
Um fator muito discutido acerca da obra são as presenças constantes de situações como incesto, infanticídio, estupros e violência, para falar o básico. Creio que entendendo o contexto em que a história se desenrola, e que, de fato, se trata de uma realidade totalmente afastada da nossa (embora um tanto semelhante a períodos anteriores da nossa história), estas situações concorrem para a construção dos personagens.
Apesar do tamanho gigantesco de cada livro de Guerra dos Tronos, indico para qualquer fã de aventuras.
Wuthering Heights, ou O Morro dos Ventos Uivantes, é uma das grandiosas façanhas da criatividade humana. Meu livro favorito não por acaso, possui qualidades além daquelas esperadas de um bom livro. Emily Brontë consegue nos apanhar já nas primeiras páginas, e nos jogar no mundo misterioso e espiritual de Wuthering Heights. O fascínio que esta obra exerceu sobre mim quando a li pela primeira vez foi enorme: de imediato, ao término da leitura, não me contive em começar outra vez. Imaginem que capacidade narrativa seria tamanha para fazer, com palavras, que um sertanejo, do interior de Pernambuco, sentisse durante toda a leitura os ventos frios e a neve do condado de York, Inglaterra. Aliás, os ventos e tempestades de neve são personagens extremamente importantes para a trama, tem quase os humores humanos e são carregados de um terror místico.
A história é contada a partir do testemunho de Nelly Dean, empregada da família Earnshaw, ao novo locatário de uma das casas em Wuthering Heights sobre acontecimentos de um passado recente. É a partir desta família e de seus problemas, que surgem os personagens principais (e mais fortes de todos os livros que já vi), Heathcliff e Catherine. E é do amor entre os dois e a consequente impossibilidade deste se realizar que os dilemas se intensificam.
O Morro dos Ventos Uivantes foi o único romance da escritora Emily Brontë. Gosto de pensar que a autora selou todo o seu potencial e genialidade nesta obra, e nos presenteou com o melhor de si.